O golpe dos boletos falsos é uma realidade que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), só no Brasil, a prática apresentou crescimento de 45% durante a pandemia, de modo a atingir pessoas físicas e, até mesmo, as pequenas, médias e grandes empresas de todo o país.
A execução do golpe se dá por meio da falsificação de cobranças, feitas em forma de boletos adulterados. Ou seja, quando o valor pago é processado, ao invés de quitar o débito do consumidor, cai direto na conta bancária do golpista.
O golpe dos boletos falsos é aplicado de várias maneiras, e cada vez mais os golpistas têm inovado nas formas de aplicá-lo. Tudo é muito bem pensado e planejado, e conta com o auxílio do constante avanço da tecnologia, a fim de que as vítimas não desconfiem de que se trata de um golpe antes de efetuar o pagamento do falso boleto.
Especialistas em segurança afirmam que o meio mais comum do envio de falsos boletos é por e-mail. Geralmente, os golpistas geram boletos idênticos aos de grandes empresas que contam com uma grande base de clientes, como é o caso de companhias de telefonia ou de internet. Após escolher a empresa pela qual se passará, os criminosos enviam o falso documento para uma grande base de e-mails aleatórios, na esperança de que alguns deles caiam na mentira e efetuem o pagamento.
Além destes citados, os tipos mais comuns de golpe com boletos falsos são:
- Cobrança de IPTU e IPVA;
- Parcelas de financiamento;
- Boletos reais com código de barras alterado;
- Faturas de cartão de crédito;
- Boletos de colaboração com instituições de caridade ou religiosas;
- Cobrança por registro de domínio de site.
Então, se a vítima realmente precisa quitar algum desses débitos, não fica difícil não cair nesse golpe.
Como identificar boletos falsos
Hoje, o Banco Central exige que todos os boletos passem por um processo de registro, a fim de evitar fraudes. Caso contrário, é impossível efetuar o seu pagamento.
Sendo assim, todos os boletos, inclusive os fraudulentos, passam por este processo de registro, que acaba por maquiar alguns erros de documentos falsos mal elaborados que possibilitavam o reconhecimento da fraude. Mas, também, é graças ao registro que o consumidor consegue perceber se o boleto é fraudulento ou não.
Segundo a FEBRABAN, é de suma importância que se confira todos os dados apresentados na hora do pagamento, tais como o valor, se há juros e multa e, principalmente, o nome do beneficiário.
Isto porque, um dos motivos que revelam que um boleto está fraudado é quando o nome do beneficiário real é diferente do que aparece no documento. Lembre-se: não leve em consideração apenas a informação que está apresentada no documento impresso ou digital. O que vale é a informação mostrada na hora do pagamento.
Outro indício que acusa um boleto falso é o código de barras. Os números apresentados seguem uma sequência lógica, justamente para evitar esse tipo de golpe. Por exemplo: os três primeiros dígitos de todo boleto indicam o código de registro do banco correspondente ao pagamento.
Ou seja, se no boleto indicar o pagamento para o banco Bradesco, os três primeiros dígitos do código de barras deverão ser 237. Já para o banco Itaú, o código deve iniciar em 341, e assim respectivamente. Confira a lista dos códigos dos principais bancos brasileiros.
Em caso de divergência entre a imagem do banco correspondente que aparece logo no topo do boleto, e das iniciais do código de barras, ou, ainda, de informações diferentes das que constam no documento no ato do pagamento: desconfie! Provavelmente, este boleto é falso.
Também deve-se desconfiar de boletos cujo código de barras é ilegível, apresenta falhas, excesso ou falta de números.
Os prejuízos que boletos falsos podem trazer para a sua empresa
O golpe dos boletos falsos pode trazer inúmeros prejuízos para a sua empresa, em diversos cenários diferentes.
No primeiro cenário, imagine a seguinte situação: você efetua a compra on-line de materiais e insumos para a sua empresa, recebe o boleto de pagamento por meio da sua caixa de e-mails, não confere a procedência e efetua o pagamento.
Dias depois, percebe que a sua compra foi cancelada devido à falta de pagamento e descobre que o boleto pago alguns dias atrás era falso.
Neste caso, quanto consumidor, o maior prejuízo de todos é, sem dúvidas, a dor de cabeça que terá para conseguir o ressarcimento do valor pago perante a empresa e o banco responsável.
Já em um segundo cenário, em que os clientes estão recebendo falsos boletos de golpistas que se passam pela sua empresa, por exemplo, as circunstâncias são ainda piores.
Isso porque, de acordo com o artigo 20 do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor e o respectivo banco são responsáveis pela reparação dos danos financeiros causados ao consumidor, independentemente de terem culpa ou não.
Ao permitirem que tal boleto seja impresso pela internet ou enviado pelos Correios, ambos assumem os riscos de segurança sobre a emissão e pagamento, devendo, assim, se responsabilizarem perante o consumidor em caso de fraude.
Neste segundo caso, o prejuízo financeiro é gigantesco e não somente pelo ressarcimento do dinheiro. O fato de ser vítima de um golpe ao qual sua marca esteve, indiretamente, envolvida, provavelmente fará com que este cliente jamais compre da sua loja novamente e, também, não faça boas recomendações para familiares e amigos.
Ou seja, você perderá não só a quantia em dinheiro, como também, clientes e possíveis compradores, além de estar sujeito a receber processos por indenização por parte da vítima.
Como se livrar de boletos falsos
Diante de tantos riscos, é importante ficar atento à sua conduta na internet e seguir algumas dicas de segurança, afinal, nunca é demais se prevenir. Confira as dicas a seguir.
Só emita boletos no site da empresa em que negociou
Para ter cem por cento de certeza que aquele boleto de determinado fornecedor é realmente verídico, o ideal é que o mesmo seja acessado e impresso por meio do site ao qual você efetuou a compra. Assim, os riscos de que você sofra um golpe de boleto falso são praticamente nulos.
Cheque a legitimidade dos dados da fonte emissora
Ao receber um boleto via e-mail ou Correios, cheque todos os dados: quem o enviou, a quem está destinado o pagamento, a sequência de código de barras, razão social da instituição e de onde ele vem. Essas são informações básicas que dificilmente passam despercebidas ao se tratar de um boleto falso.
Além disso, você pode conferir se o CNPJ do emissor do boleto corresponde a um CNPJ real direto no site da Receita Federal, como também validar essas informação com o seu registro de fornecedores.
Atente-se aos telefones de contato
Em casos de suspeita da validade de um boleto, jamais entre em contato pelo número indicado no documento. Se existir algum número, possivelmente será da “Central de Atendimento” fantasma dos golpistas e não da instituição.
Opte sempre por entrar em contato nos canais oficiais de atendimento: chat, redes sociais ou telefones encontrados no próprio site da empresa parceira.
Conciliação automatizada ajuda a prevenir esse mal?
Um dos processos que fazem parte da conciliação financeira, é a conciliação de pagamentos. Por meio dela, é possível ter uma visão geral e estratégia de todos os compromissos que a empresa tem (fornecedores, funcionários, governo etc.) e se eles, de fato, foram consumados.
Em resumo, a conciliação de pagamentos identifica os pagamentos realizados e se os valores foram extraídos das contas correntes.
Utilizar uma ferramenta automatizada nesse processo traz muitos benefícios que vão além do ganho de produtividade e assertividade no processo. Ela auxilia, ainda, no contexto do qual estamos tratando aqui: boletos falsos.
No e-Extrato Pag, solução Boavista para este tipo de conciliação, como todos os recebedores são previamente cadastrados, os boletos são automaticamente lidos e reconhecidos. Em caso de algum constar com CNPJ estranho, que não esteja dentro da lista de empresas a receber, há a sinalização do problema.
Dessa forma, mesmo que o boleto passe pelo crivo do colaborador do Contas a Pagar, ao cair na plataforma, ele é barrado para que se faça a devida investigação sobre sua origem.
Como resultado, você mantém o controle sobre os seus pagamentos e não causa problemas nem para sua empresa nem para a recebedora.
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